Nova variante do Sars-CoV-2 é identificada em três estados brasileiros

A XEC foi classificada como variante em monitoramento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 24 de setembro. Essa classificação é dada quando uma cepa apresenta mutações no genoma suspeitas de afetar o comportamento do vírus, e são observados sinais precoces de uma "vantagem de crescimento" em comparação a outras variantes circulantes. A variante XEC ganhou atenção pela primeira vez em junho e julho de 2024, após um aumento nas detecções na Alemanha. Desde então, ela se espalhou rapidamente pela Europa, Américas, Ásia e Oceania. Até 10 de outubro, mais de 2.400 sequências genéticas dessa cepa foram carregadas na plataforma Gisaid de pelo menos 35 países.

Segundo Paola Resende, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, dados internacionais sugerem que a variante XEC pode ser mais transmissível do que outras cepas, mas seu comportamento no Brasil ainda precisa ser avaliado. "Em outros países, essa variante tem mostrado sinais de maior transmissibilidade, levando ao aumento da circulação do vírus. É importante monitorar como ela se comporta no Brasil. O impacto aqui pode ser diferente, pois a população de cada país tem uma memória imunológica única com base nas cepas que circularam anteriormente", explica Resende.
Estratégia
A detecção da variante XEC no Brasil resultou de uma estratégia de vigilância que aumentou o sequenciamento dos genomas do Sars-CoV-2 no Rio de Janeiro durante agosto e setembro. Ao longo de um período de três semanas, amostras de swab nasal de casos positivos para Sars-CoV-2 — diagnosticados por meio de testes rápidos em unidades de saúde locais — foram coletadas e enviadas ao Laboratório de Referência do IOC/Fiocruz. Enquanto a análise revelou a presença da XEC, o monitoramento confirmou que a cepa JN.1 continua predominante no Brasil, como tem sido desde o final do ano passado.

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