Considerada a primeira mulher indígena a publicar um livro no Brasil, a escritora Eliane Potiguara conquistou o respeito e a admiração de estudiosos e leitores de suas obras. Em 2014, a autora de A Terra É a Mãe do Índio (1989) e Metade Cara, Metade Máscara (2004), entre outros títulos, foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura. Em 2021, recebeu o título de doutora honoris causa pelo Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O reconhecimento como escritora, educadora e ativista política não é pouca coisa. Principalmente para alguém como ela, que só foi alfabetizada aos sete anos de idade. Na época, assumiu a tarefa de escrever as cartas que, do Rio de Janeiro, sua avó queria enviar aos parentes que, na primeira metade do século passado, se mudaram para escapar de conflitos de terra e outras formas de violência contra os povos indígenas.